sábado, 20 de fevereiro de 2010

As Conchas

Eu costumava correr pela praia, deixando o vento bater no meu rosto de um jeito livre e solto, eu era parte dele, eu era a propria liberdade que reside na ingenuidade. Liberdade que te leva pelos mais diversos caminhos, que te faz aprender de formas àrduas, as grandes lições da vida.
Após um certo tempo,parei de correr e passei a caminhar. E então, eu tinha tempo para olhar tudo ao meu redor, observava o mar e o céu, até me deslumbrar com as conchas d'areia. Peguei todas que pude carregar, e também as que não pude. Eram tantas que chegaram a cortar minhas mãos. E como poderiam aquelas conchas tão bonitas me ferirem? Eu não entendi, mas fiquei receosa; evitei ir a praia.
Alguns dias depois, decidi enfrentar meus medos e tornei a por meus pés sobre a areia. Porém dessa vez, eu prestava atenção a cada mínimo detalhe, assim não houve cortes ou arranhões. Achei as conchas novamente, tão bonitas quanto antes.. Não pude resistir, tive de pegar algumas.
Mas dessa vez foi diferente.
Eu escolhi a dedo cada concha. Prefiri aquelas lisas, sem pontas, que não me oferecessem risco algum. Mas não pude levar muitas, não enchiam uma mão.
E então eu descobri a grande moral da história: Não importava quais conchas eu pegasse, porque aquelas que nunca iriam me ferir eram raras, e deviam ser procuradas com atenção.


E assim são as amizades. Tive muitos amigos, muita decepções e por muitas vezes jurei que amizades verdadeiras não existiam. Mas ao longo da minha vida achei algumas pequenas conchas, e hoje elas são a coleção mais linda e rara que alguem pode ter. Estes são os meus melhores amigos.

Tudo o que tenho aprendido

Colhendo por essa vida, espinhos e rosas vermelhas, pisando em cacos de vidro e em grama macia. Tudo isso tem trilhado o meu caminho, que está longe de acabar - Espero eu.